Kyra: História de Origem - Concluído

O Sol entrava pela pequena fresta da janela de madeira antiga de sua cabana, onde você chamava de humilde lar. Era manhã cedo e Kyra teve outra madrugada de incômodo. Não era mais recorrente porém tão incômoda quanto era.

Estava sentada em sua cama, com um pano em suas mãos, alisando a limpar sua espingarda com um ilustre cuidado. Algumas vezes até pensava que estava "mimando" demais a arma mas era um ponto também que usava como um reconforto mental para suas situações de estresse.

A sua frente, no canto direito do quarto, estava uma pequena mochila surrada. "Abra quando estiver pronta. Não antes disto. Você saberá quando." Eram as palavras de Joseph que sempre ecoava em sua cabeça quando seu olhar batia com o pano daquela mochila, antes de partir para o mundo novamente. Por sua seriedade, você levava ao pé da letra, obedecendo sua ordem.

Com sua fala, ela sorriu junto e então começaram a andar por ruas alternativas e pontos cegos, até chegar na loja da senhora.

Lá, entraram sorrateiramente, esquivando de possíveis olhos curiosos. Ali, um amigo também de idade da senhora estava por ali, esperando para levar o bote pela porta dos fundos.

Com esforço, carregaram até a praia. Ali, o silêncio reinava, com as águas que eram remexidas. Dentro do bote você notava alguns poucos suprimentos para alguns dias.

"Tem água e comida para uns dois ou talvez três dias. Suficientes para chegar lá." Dizia o homem, cruzando os braços e olhando para o mar, com seu bigode branco como a neve.

A senhora então se aproximou de você, já com cigarro aceso na mão. Ela lhe entregou um papel, que você podia perceber um mapa rabiscado. Não era um dos melhores que já viu mas dava para ler sem problemas.

"Espero que me pague parcelado, como combinamos." Após falar, tragrava mais uma vez e expirava para cima, onde a fumaça era levada rapidamente pela brisa do mar.

"Prometa que vai acabar com a raça dele, pirralha. Fique mais forte e volte."

Naquela noite, se despediram com os olhares. Kyra ouvia mais o vento salgado batendo em seu rosto, enquanto levava o bote para a agua.

Após adentrar a água, molhando suas canelas e sentindo o frio bater, deixando mais gelado, Kyra olhava para trás, começando o processo de se distanciar da orla.

"Obrigada pela louça, pirralha. E vá em segurança." Dizia a idosa, olhando para Kyra em tom de despedida, enquanto via a garota se afastar mais e mais daquele local.

Por contados dois dias, Kyra seguiu o mapa rabiscado pela mulher. Sua maior dificuldade fora o tédio e o Sol que batia em sua pele, onde você tentava oque podia para não ser atingida.

E por fim, ao longe, e ver terra a vista, se aproximava daquela cidade, que por poucos segundos não precisava ir tão longe para saber o nome.

"Até que fim chegamos a Porto Real! Vamos logo beber no Pérola Negra, não aguento mais ficar sem uma gota de álcool na boca!" Disse um que parecia pirata, em um grupo de três pessoas, aumentando o passo e indo para a direção do que queriam.

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