Giant: História de Origem - Concluído

A família Giant era um pequeno grupo de Tontattas destemidos. Alguns apenas queriam viver em paz, outros optavam por viajar o mundo, este é o caso da família de Dave. Eles deixaram o sossego de sua ilha natal e viajaram para Leyland, tentar a sorte em terras não muito exploradas. A tempos ouviram falar das riquezas de Astrea, uma ilha veranil, que despertou em seu pai um sonho de casa na praia.

Dito e feito, eles moravam ali por mais de um ano e meio, em uma região ao norte da ilha, longe da densa mata selvagem que os rodeava. Vez e outra estranhos viajantes passavam por ali, carregando baús, levando animais selvagens e todo tipo de movimentação estranha que não os dizia respeito. Um dia, porém, Dave estava explorando pela floresta até que se deparou com um homem andando em meio a selva, ele parecia perdido.

Mesmo com a cabeça repleta de pensamentos e preocupações, o pequeno Dave não se importou em dar um aviso amigável ao visitante estranho. Sua aproximação passou despercebida, ele era tão pequeno que mal fazia barulho.

A voz repentina fez com que o rapaz que andava de forma cautelosa saltasse para traz, o susto o fez berrar, desembainhar a espada e olhar ao redor com toda precaução que podia ter. "Woah! Q-quem está ai!? ele questionou, tentando manter a voz firme e grave.

O rapaz engoliu seco, deu mais um passo para trás e franziu as sobrancelhas, incomodado com a situação. "E quem você pensa q-" antes de terminar a frase, o rapaz olhou para baixo e viu a pequena criatura no chão.

"O que? Que raios é você?" ele firmou os pés no chão, apontou para ele com o indicador da mão livre, parecia irritado pela presença misteriosa ser menor do que esperava.

O rapaz riu levemente com a resposta do nanico, ele se aproximou e agachou diante do pequenino, o olhando por cima. O gigante colossal não assustou Dave que se prontificou para o combate arregaçando as mangas. O rapaz sorriu conforme guardava sua lâmina.

"Mas você é um anãozinho muito afrontoso" e então o rapaz cutucou a cabeça de Dave, percebendo que ele era real, feito de carne e osso. "Eu nunca vi algo assim" ele suspirou fechando os olhos...

As palavras de Dave ecoavam, mas o rapaz parecia não dar muita bola para isso. Ele se levantou rindo, virou olhando ao redor e pensou por um instante... "Boa sorte com isso Dave, tenho que voltar para o meu navio" e então, o rapaz começou a andar, passando por Dave, seguindo para o sul.

Dave ignorou o fato de que o rapaz disse claramente que retornaria ao seu navio, mas foi para o sul, lugar onde encontraria apenas a densa floresta e talvez alguns animais selvagens dos piores tipos... Ele decidiu na verdade ir para o lugar em que o rapaz estava, ele começou a analisar a floresta e o chão, mas não é como se o rapaz fosse ter deixado algo naquela região. Era apenas uma floresta e ele estava explorando ou buscando algo, o que quer fosse, não estava ali.

Depois de um lapso de imaginação, Dave conseguiu montar as peças em seu quebra cabeça mental, tendo uma ideia dos possíveis reais motivos do rapaz ter o ludibriado. Ele decidiu segui-lo com cautela, mantendo a distância. Dave percorreu a floresta aproximadamente na mesma direção que o misterioso homem. Passando pelo gramado e por entre as montanhas de arbusto que o cercava. Sua velocidade era impressionante.

Após alguns minutos ele ouviu um grito ecoando pela floresta. Tão alto que fez alguns pássaros içarem voo naquela região. Por entre as árvores no horizonte, Dave percebeu a movimentação de uma silhueta humana, parecia haver um combate a mais de cinquenta metros adiante.

Dave seguiu ainda mais, ganhando visão daqueles que estavam em combate. A principio era apenas o rapaz de mais cedo. Dave o percebeu devido ao cabelo claro e a cor das roupas que vestia, porém, quanto mais se aproximava mais parecia que ele estava apenas atacando o chão feito maluco.

Diante do rapaz, a cerca de quinze metros, Dave então percebeu que ele estava rodeado por pelo menos seis cobras enormes. Para Dave eram como dragões, já para o rapaz, eram grandes o suficiente para o deixar apavorado. Eles trocavam golpes incessantes, hora o homem avançava, outra levava um bote na canela exposta.

Dave continuou a correr, saltando por cima de enormes galhos, que eram apenas gravetos. Saltando montanhas que eram apenas degraus naturais formados na terra. Ele correu por florestas que eram apenas gramados e enfim chegou no deserto que era o campo de terra em que acontecia o combate.

Diante de seus oponentes Dave fitou o rapaz atingindo uma das serpentes em cheio em sua cabeça, perfurando-a contra o solo. Ele recuou o sabre e tentou se mover para trás, mas foi surpreendido por uma mordida na canela, o fazendo cambalear com o golpe de supetão.

Dave, o pequeno anão Tontatta, termina sua corrida para ajudar o rapaz cercado pelas cobras. Seu berdiche agora firme em suas mãos, pronto para o confronto. Com agilidade, o Tontatta salta em direção ao pescoço de uma das cobras, desferindo um golpe preciso que separa a cabeça do réptil de seu corpo. No entanto, as outras quatro cobras continuam focadas no rapaz caído.

O rapaz, indefeso diante dos ataques das cobras, recebe uma segunda mordida no ombro esquerdo. O impacto o lança ao chão, e sua expressão revelava a dor intensa. A visão de suas pupilas brancas era preocupante, enquanto espuma se acumulava em sua boca.