Morgan: História de Origem

Seu olhar para o distante, onde as ondas acontecem se torna um momento curto de repouso que acaba limpando a nebulosa e carregada corrente de pensamentos. Com um leve movimento da cabeça, espiou rápido para ter certeza de que algumas frutas ainda existem no arbusto. A boca seca o incomoda tanto, o rum poderia matar sua sede e tirar o bafo podre de sua língua. Língua que se move entre os dentes para sentir o resto de comida presa entre eles. Isso o faz lembrar de sua última refeição digna.

Nesse pensamento a tosse se revelou o forçando levar a mão na frente da boca. Seca, irritante e graças a ela o homem sentiu o catarro subir, então o cuspiu no chão. Com alguns passos na praia ele molhou seus pés e se agachou. Formando uma concha com sua mão a encheu de água levando até a boca. O gosto salgado o fez reagir com uma careta e ele cuspiu novamente. Repetiu o movimento, porém molhando a face.

Movendo as pernas retornou a ficar de pé. Dando um passo para trás sentiu seu equilíbrio se perdendo mas, pisando depressa ele se manteve firme novamente. Morgan parou na frente do arbusto e pensou, sem ter muita certeza do que fazer. Se alguém o visse seria na praia, sua melhor chance é essa. Então ele pegou algumas frutas e botou em seu bolso. Iniciou a caminhada pela praia, observando as árvores presentes no local. Ele tinha curiosidade sobre se teria uma visão mais clara da ilha em algum ponto, ou se o excesso de árvores não fosse permitir isso.

Ação: Coletar Frutas.

Suas mãos deslizam sobre o cinto e ambos dedões se prenderam na região, um leve apoio enquanto pensa na trajetória. Aquela rebelião custou caro, um navio e muitas vidas, mas, parecia um costume ver corpos caindo sobre uma embarcação. A sua direita é tentadora, e isso fez ele caminhar em tal direção de forma inconsciente.

Um passo tranquilo e despreocupado, já que a ilha aparenta estar sem vida. Ele resmungou algo bem baixo e não percebeu suas próprias palavras. Calor… O calor. Ele contribui para o desgaste de sua cabeça. Os seus olhos perdidos apenas percebem a paisagem se aproximando, enquanto ouve o som dos pés sendo amortecidos na areia.

Ação: Andar.

No momento em que parou moveu a cabeça para cima fixando no topo. Automaticamente cruzou seus braços, e sentiu novamente a sua língua passar entre seus dentes. Movendo a região do tronco observou ao redor, tendo a certeza de que está sozinho.

Sua preguiça o fez soltar um longo suspiro. Nisso ele retornou a caminhar, em direção da floresta agora, já que na sua cabeça pode ser o mais inteligente. Um marujo poupando suas forças para o momento certo.

Ação: Caminhar.

Ele não faz ideia de como prosseguir, olhando para baixo fica alguns segundos focado no fluxo da água lá embaixo. Observa se existe alguma árvore bem alta próxima dele, e se em algum ponto a fenda diminui a distância para o outro lado.

Segurando o cabo da espada, Morgan puxa a lâmina enquanto aprecia a movimentação da água. Um catarro é forçado a subir pela sua garganta, até atingir sua língua e ser expulso por completo. “Quem é o filho da puta que está guiando meu destino?” pensou, abrindo um sorriso e rindo sozinho. Uma baboseira que muitos homens dizem, de alguém guiando suas histórias.Ele nunca acreditou nisso de fato.

Se movendo na direção da misteriosa montanha usou de sua arma para afastar a folhagem e a cada passo observava o outro lado. Na espera de ser surpreendido, ou não.

Ele continuou se movendo e focado no outro lado, porém nada acontecia lá. Por segundos se perguntou se ficaria naquele lugar para sempre, ou acharia uma forma de fugir. Essas partes da navegação nunca contam nas histórias quando estão ao redor do fogo.

Parando na parte rochosa Morgan guardou a sua espada. Prestou atenção na distância, sentindo um frio na barriga decidiu avançar, mas deu dois passos e voltou. Com as mãos no cinto, levantou as calças e disparou para o outro lado. Pulando na ponta e abrindo os braços para se agarrar em qualquer coisa, no momento do impacto.

Ação: Pulando.

Com o salto o homem consegue cair de pé, sentindo o coração bater rapidamente. Apoiando as mãos nos joelhos ele solta um suspiro de alívio, e curiosamente retorna a caminhar sem um rumo exato, observando as árvores e suas frutas. Apenas seguindo em linha reta para saber a onde aquele lado da ilha o levaria.

O homem olhou para os lados enquanto coçava sua cabeça, aproveitava a brisa do vento sobre sua face. Sua mão se apoiava mais uma vez no cabo da lâmina, ele cuspia no chão e retornava a sua caminhada. Chegaria até o limite da terra para ver a embarcação o mais perto possível, e ter uma noção da distância também.

O cenário era um tanto quanto curioso, fazendo ele se manter agachado e escondido. Pegando uma das frutas que estava no bolso a encarou como surpresa e levou até a sua boca, saboreando o gosto. Queria observar mais um pouco, para ver onde a situação ia levar o marujo.