Louise: História de Origem

Louise segurava o braço esquerdo ao mesmo tempo em que empunhava sua espada longa. Um trovão agudo iluminava toda a praça do vilarejo. O homem caído sangrava, três cortes em seu peito o faziam sofrer com a hemorragia. A água diluía o sangue no chão. Ambos estavam ofegantes com o fim da batalha que era decidido no instante em que o caçador caiu no chão, sem vida.

Era um assassino enviado pelo pai de Louise para trazê-la de volta para casa. Sua perseguição havia se tornado um incomodo nos últimos meses e o poder de seus oponentes que vinha numa crescente só indicava a falta de paciência de seu pai. O homem caído diante de Louise carregava uma única arma, uma garrucha, sem nenhuma corda ou dardo tranquilizante para a capturar. Seus projéteis causaram muitos ferimentos na jovem que não sabia com quantos mais lidaria naquela noite.

O mais novo virou para Louise com uma cara de tentação. "O que? hahaha, pode apostar q-" e então, antes que ele pudesse terminar de falar, seu olhar se perdeu no meio do oceano. Uma pequena canhoneira vinha se aproximando do navio de Rami, uma canhoneira branca, com velas brancas e uma bandeira negra com uma caveira no alto. Parecia haver só uma pessoa abordo. "C-C-CAPITÃO!" ele berrou assustado.

"SHI-SHI-SHI-SHI-SHI!" gaguejando, ele caiu no chão do convés, o navio continuava cortando o oceano com velocidade e a canhoneira vinha em sua direção. Louise só conseguia se perguntar o que diabos era um "shi-shi-shi", foi então que o marujo se levantou, recompondo sua postura e no instante em que ele ia finalmente berrar...

O navio colide, Louise recebe o solavanco e se apoia na amurada do navio, e, ao olhar para baixo ela encara a pessoa que estava abordo do pequeno navio. Era um homem, com a perna erguida, parando a Fragata com apenas a sola de seu sapato.

"SHICHIBUKAI!" o grito tornou o navio silencioso, todos olharam perplexos na direção do marujo, e, Louise que encarava o homem percebeu sua feição sorridente, maliciosa e sarcástica, ele parecia mastigar algo, até que o silêncio foi quebrado com um descontraído... "Eae"

O convés inteiro ficou em silêncio com o grito do tripulante, Louise esbarrou para trás, mas logo voltou a encarar o homem que sorria maliciosamente. Foi então que o coração de todos voltou a bater quando Rami caminhou pelo convés, seu olhar porém, não era sorridente como sempre, ele estava pela primeira vez, sério.

Louise ouviu a voz do capitão ecoando a alguns metros atrás de si. "Puxa vida, confusão logo cedo?" ele reclamou, e, a garota, instintivamente olhou na sua direção, mas ao se virar, ela sentiu o calor da presença do homem misterioso, agachado com os pés sobre a amurada onde ela se apoiava.

"Fufufufu! Qual o seu nome, garotinha?" seus óculos escuros estavam praticamente colados com o rosto de Louise.

Quando ela respondeu, ele já sequer estava olhando para ela. O homem misterioso encarava Rami fixamente, seu sorriso se mantinha estático e o capitão o encarava seriamente. "Diga, em quê posso ajudá-lo para que eu possa me livrar de você o quanto antes?" ele indagou, de forma hostil, mas ao mesmo tempo na defensiva.

"Como você é chato, ruivo, você já foi melhor... Mas enfim" ele reclamou, balançando a mão em frente ao rosto. "Estou procurando por um tal de John, já ouviu falar?" o homem perguntou, encarando Rami.

"Não conheço, agora pode ir embora" Rami respondeu, com a mão apoiada na cintura, perto de sua espada.

"Puxa, que pena... Mas como eu poderia ir embora após uma recepção tão calorosa, sem sequer derramar uma só gota de sangue?" e então o convés ficou em silêncio.

O ar de tensão paira no ambiente. Louise sente sua garganta seca, sua respiração ofegante e um clima horrível. A sensação se torna ainda pior quando ela percebe que seus olhos agora a encaravam por detrás dos óculos escuros. Um olhar sagaz e letal como o de uma víbora esperando para dar o bote.

Louise sente uma aura sombria, uma aura maliciosa que exaltava a força de vontade daquele homem. Era como uma estranha pressão mística que ela não sabia de onde vinha. Nesse instante, alguns dos rapazes da tripulação de Rami começam a cair no chão, inconscientes.

- Nah, to zoando... Eu vou embora, até a próxima - ele disse, ficando de pé sobre a amurada e olhando por cima do ombro para Rami que já tinha sua espada parcialmente desembainhada.

- Até mais ver, Louise - e então ele saltou de volta para o pequeno Iate branco.

Cerca de cinco minutos se passam desde o encontro. Mesmo com os sons das velas do iate ecoando e a silhueta dela sumindo no horizonte, alguns tiveram dificuldades de se levantar. Louise permaneceu ali por um tempo até sentir uma mão em seu ombro.

- Hora de partir! Vamos lá, que caras são essas? - Era Rami, chamando por sua tripulação que se pôs de pé, inspirados pelo sorriso do capitão - Nossa próxima parada é Porto Real!

A viagem continuou pelo resto do dia, com um clima tenso que pouco a pouco foi se recuperando e ao por do sol todos já estavam bebendo e se divertindo, até que na manhã seguinte o navio atracou em porto real, onde Louise e Rami se despediriam.

- Foi um prazer te acompanhar, Louise, espero te reencontrar algum dia! Procure pela Rebecca, ela vai te ajudar aqui no porto real! - ele disse, por fim, se despedindo da jovem aspirante a pirata, que desembarcava em porto real, pronta para enfrentar as novas aventuras que estavam por vir!

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