Laurent: O Código Pirata - Concluído

Laurent amanhece de bom humor, ele havia finalizado o trabalho com Rebecca a poucos dias e finalmente receberia seu pagamento, pois a carne foi finalmente coletada. Ele acorda na pousada que havia pago por, e, finalmente se dirige em direção ao bar. Após uma caminhada agradável pelas estradas ladrilhadas na cidade pacata, até a região do porto, ele finalmente chega ao bar, passando pela porta e se deparando com Rebecca, aos fundos, servindo alguns clientes.

Decidido, Laurent caminha em direção ao balcão, sem atrapalhar o trabalho de Rebecca. Ele passou por algumas mesas até esbarrar acidentalmente em alguma pessoa. Ambos trocaram olhares por um instante. O olhar rancoroso da mulher era penetrante, ela era alta e musculosa, com longos cabelos grisalhos. Carregava uma garrafa de bebida e questionava de forma indignada. "Ai, tá cego?" mas, antes que Laurent pudesse responder, ela seguiu, deixando o estabelecimento cambaleante. O rapaz seguiu seu caminho para o balcão e esperou Rebecca se aproximar, até que ela o fez.

Rebecca, percebendo que era Laurent que estava ali foi caminhando até o balcão, e, abrindo um pequeno baú que estava escondido na parte debaixo do móvel, revelou uma quantia enorme de bellys, organizadas numa pilha de notas de dez mil "Aqui está o seu pagamento, é apenas isso por enquanto, pode aproveitar" ela falou, com um sorriso no rosto, movendo a pilha de dinheiro sobre o balcão.

Rebecca encara Laurent e depois olha para a estalagem buscando alguém que se pareça com a pessoa mencionada, ela não parecia estar lembrada de alguém com essa descrição e o bar parecia ser sempre movimentado "Não vi quem era, devia estar bebendo com alguém" depois de alguns segundos pensando, ela dá de ombros e deixa de pensar muito nisso.

Apesar de movimentado, ninguém parecia estar fazendo pedidos no momento, e, havia outros garçons trabalhando no estabelecimento, portanto Rebecca estava livre no momento. "Aqui sempre é movimentado, mas, não há contratos no momento, sinto muito" ela finalizou, mas não parecia sentir tanto, era mais por educação o que estava dizendo.

Rebecca percebia o interesse de Laurent e adotava uma postura confiante, mas amigável, enquanto se aproximava do balcão. Seu sorriso gentil escondia suas verdadeiras intenções por trás da cortesia. "Então quer saber mais sobre mim, é isso?" ela questionava, levantando uma sobrancelha de forma desafiadora enquanto apontava o dedo para o rosto de Laurent, como se estivesse lançando uma acusação. "Bem, longa história curta. Este bar pertencia ao meu pai, que por sua vez era um renomado pirata. Eu só estou seguindo o negócio da família", ela explicava, revelando um pouco de sua história.

Rebecca ouviu atentamente as palavras de Laurent, percebendo o interesse excessivo dele em seu passado e profissão. Mantendo-se atenciosa, ela permaneceu em silêncio por um momento, esperando encontrar uma oportunidade para responder. "Um homem que passa a vida inteira juntando dinheiro para abrir um negócio como esse não poderia simplesmente abrir mão de tudo", começou ela, refletindo sobre a situação. "É normal que seus filhos herdem o negócio. Eu não tenho nada a reclamar, até gosto", explicou, demonstrando um pouco mais de seus sentimentos. No entanto, antes de finalizar, ela acrescentou com um toque de sarcasmo, mas ainda com uma ponta de sinceridade em suas palavras: "Mas eu queria ter um unicórnio quando eu era pequena..."

Laurent, ainda sedento pelo vinho que nunca receberá, finalmente fazia seu pedido novamente. Rebecca já tinha ao alcance da mão algumas garrafas empilhadas no balcão, perto de uma campainha "Claro", respondeu de forma despretensiosa, sem se importar de fato com aquilo. Ela preencheu o copo quase até a metade e o moveu para frente. "Dois mil Belly" ela informou o preço.

Laurent saiu caminhando bar afora após pagar pela bebida e se despedir da dona do estabelecimento. Ele passou pela porta e foi agraciado com o sol quente daquela manhã calorosa. O dia estava bonito. Gaivotas voavam e cantavam, ele podia ouvir os sons do porto mesmo de longe, e, as ruas movimentadas pareciam fomentar o comércio agitado de sempre.

Laurent seguiu sua viagem sem um destino certo, iria admirar a paisagem e analisar as pessoas. Todas pareciam ser simples aldeões, ou, marujos até certo ponto. Vestidos com roupas leves e trajes de tripulantes, ou viajantes. Pessoas que claramente não moravam na região eram perceptíveis, pois provavelmente atracaram naquela ilha portuária apenas para negócios. Foi então que Laurent, distraído, foi atingido em cheio por um empurrão de algo macio, porém duro o bastante para projetá-lo contra o chão de madeira da viela que levava ao píer. Ao olhar para cima, pois havia caído, ele percebeu a situação constrangedora. Laurent havia sido derrubado por um golpe dos peitos de uma mulher alta e forte, com longos cabelos brancos e um olhar rígido. "Achei você, pirralho" ela mantinha os braços cruzados ao falar.