Laurent: O Código Pirata - Concluído

Laurent amanhece de bom humor, ele havia finalizado o trabalho com Rebecca a poucos dias e finalmente receberia seu pagamento, pois a carne foi finalmente coletada. Ele acorda na pousada que havia pago por, e, finalmente se dirige em direção ao bar. Após uma caminhada agradável pelas estradas ladrilhadas na cidade pacata, até a região do porto, ele finalmente chega ao bar, passando pela porta e se deparando com Rebecca, aos fundos, servindo alguns clientes.

Ainda estupefato pelo impacto poderoso, Laurent se lembrou da mulher que havia deixado o bar. Ela era ainda mais bonita de perto, apesar da idade. Ela caminhou na direção de Laurent e o agarra pelo colarinho, o pondo de pé com uma incrível facilidade. "Você é um dos novatos, né?" ela perguntou, apontando o dedo em direção ao seu rosto, bem no meio do nariz e o indagando de forma quase hostil. O rapaz, encarando-a fixamente percebeu que ela carregava consigo uma garrafa de bebida e estava levemente corada.

De braços cruzados e uma das sobrancelhas erguidas, ela se afastou um pouco. "Acha que eu vim por isso? Que tipo de idiota você é?" ela balançou a cabeça negativamente, desaprovando a cordialidade excessiva de Laurent. "Quer saber, esquece essa bosta, eu por outro motivo" ela afirmou, decidida, enquanto acenava positivamente com a cabeça.

Enquanto Laurent falava, ela soluçou uma vez, criando um segundo de silêncio antes que ele pudesse terminar. "O que eu preciso? Não não, o que você precisa rapaz" ela falou, dando um tapão nas costas de Laurent que quase o fez saltar. Ela era incrivelmente forte para uma mulher, e ainda mais na sua idade.

De braços cruzados, ouvindo a resposta de Laurent, ela balança a cabeça negativamente. Sua expressão era de decepção. "Ora, você é um pirata ou um rato? Onde está seu navio e tripulação?" ela respirou fundo, e, engoliu seco. Durante um instante, sua expressão voltou ao normal rapidamente, como se tivesse superado a embriagues com a força do corpo.

Com o olhar fixo, ela esperou o termino das palavras de Laurent, respondendo quase que de imediato. "Exatamente, você nasceu inteligente assim?" ela indagou de forma sarcástica. "Olha, moleque, eu não sei qual é a tua, você fica ai falando bonito e tal, mas quer ser um pirata. Vai ser um dos estranhos. Mas se não se preparar direito, vai acabar sendo só um morto" ela cruzou os braços e ficou encarando o rapaz.

Um sorriso malicioso se formou no rosto da mulher, que agora apoiava as mãos na cintura. "Você é mais inteligente do que parece" ela falou, se virando para começar a andar em direção ao porto. "Existem muitos piratas por ai... A grande maioria é independente, só uma pequena parcela ainda segue as leis de porto real, por isso, não farão nada... Eu te ajudo e você me ajuda a resgatar meu capitão" ela falou, seguindo em frente.

Com um tapa em sua própria testa, a mulher escorria a mão até seu queixo. "Puta merda, eu odeio jovem" ela reclamou, agarrando ele pelo pescoço novamente, laçando-o com seu braço e o puxando para mais perto conforme caminhava. "Tudo pegar, sem nada devolver... Viva, jogue, mas não aposte. Nunca traia seus companheiros, a maior parte do tesouro fica para o capitão. Mantenha suas armas prontas para o combate. Desertores caminham na prancha. Você é do mundo, mas o mundo não é seu, você o deve tomar. Que tipo de pirata é você se sequer conhece o código?" foi então que ela largou Laurent, quase o derrubando. "É claro que não conhece, é um novato... Mas, o que podemos fazer, a única cópia do Código Pirata, só ele sabe onde está. O meu capitão escondeu, aquele pilantra... O Alma Negra"

Ela começa a caminhar com um olhar determinado e um sorriso de realização "É claro que existe" e então ela passou por entre uma viela mais estreita, descendo até a rua do porto, que ficava na costa do mar, repleta de piers e navios atracados. "Esteja presente no dia da execução, você saberá o que fazer, apenas isso, mas por enquanto, você precisa aprender o que é ser um pirata" ela falou, caminhando na direção do maior galpão de porto real, o estabelecimento em que o dono do porto trabalhava, Fernando.

Assim que os dois chegaram em frente ao galpão, suas portas abriram quase que por coincidência. Era Fernando, ele saia do prédio com as mãos no bolso, assobiando, mas, emitiu um grande sorriso ao ver a mulher. "Mandy! O que faz por aqui?" ele perguntou, gesticulando como se fosse abraça-la.

"Sai pra lá... É sobre o barco" ela empurrou ele com a mão, forçando direto em seu rosto para evitar o abraço. Fernando desviou o olhar para Laurent, reconhecendo-o de outro dia. "Ah sim, o negocio dos novatos" ele comentou.

Fernando acenou com a cabeça para o rapaz, e, direcionou-os pelo porto. "Por aqui" ele gesticulou com o braço, os guiando por uma ponte de madeira, até um local que parecia haver três barcos ancorados. "Acho que era Francis alguma coisa, mas não faço a menor ideia de onde ele tá", enfim, eles chegaram diante de uma bela canhoneira com velas negras e uma bandeira pirata.

"Ai está, lindo como sempre!" ele falou, com orgulho do próprio trabalho. Amanda sorriu e deu uns passos adiante, chutando o casco do navio e admirando sua boa resistência. "Cê nunca decepciona rapaz!" ela comemora.