Hazel: Cálice - Concluído

Seus olhos falham ao abrir, você sente um cansaço que nunca sentiu antes... Era como se tivesse acordado após ter hibernado por muito, muito tempo.
Já faziam algumas temporadas de trabalho desde que tu havias fugido da pequena ilha desconhecida, estava perto de completar seus dezoito anos e passaria provavelmente a data comemorativa buscando seu maior objetivo. Você sente falta da pequena ilha apesar de tudo, foi lá que você cresceu, criou coragem para seguir seus objetivos e até mesmo teve bons momentos com sua mãe antes dela ter um fim inevitável.

Aquele sentimento de melancolia após ter acordado e sonhado com esse lugar não trazia para você uma sensação de dúvida ou até mesmo de uma nostalgia ruim, pelo contrário, mostrava que o caminho pavimentado por você mesmo estava dando certo e te levando a lugares que você nunca imaginou. Hoje você se encontra no navio de um Capitão que precisava de alguém com a capacidade de se misturar em meio a qualquer ambiente. Você, Hazel, era essa pessoa. Você precisa ser essa pessoa.

O ambiente onde você está localizado é bem simples: seu momento de preguiça fez com que você pegasse uma rede e a estendesse no andar inferior ao convés, em um canto isolado que tinha uma pequena janela de vidro circular que permitia a luz do dia entrar e te iluminar, a luz âmbar que iluminava todo aquele pequeno canto com uma cor dourada. Apesar do cansaço do longo sono, você sente uma paz de espírito por causa daquele cochilo e pela cena que conseguia ver.

"Tudo está como planejado, em breve chegaremos na ilha! Preciso que alguns de vocês façam o reconhecimento assim que chegarmos, aquele homem já deve estar preparado para qualquer situação." Você ouve a voz de seu capitão, parece que ele estava tendo uma reunião com a tripulação. Todos eles já são conhecidos, exceto por você, que era um homem contratado para esse trabalho. Ele está no convés conduzindo a tal reunião.

"Só tenta não atrapalhar e nem alarmar ninguém da nossa presença!" Dizia o homem, ele acenava com a cabeça para que descessem com o bote e sem muita demora vocês já estavam no mar, remando em direção àquela ilha.

"Já ouviu falar dessa ilha garoto? Poucos sabem sobre ela, era conhecida como cinturão de platina... O capitão nos contou uma história onde o temido Alma Negra junto com seus tripulantes guerrearam por semanas nessa ilha contra alguns figurões da marinha e caçadores de recompensas, após isso a ilha ficou desolada. A marinha começou a investir pesado para que ela fosse reconstruída, por algum motivo. Dizem que atualmente a marinha nomeou a ilha como a Forja!" Eles começavam a remar mais forte, você podia notar o sol se pondo conforme ele contava a história, todos pareciam entretidos apesar de estarem fazendo uma função tão importante para o momento "Foi dito que a guerra começo por que o lendário Alma Negra tentou libertar os escravos que estavam sendo obrigados a trabalhar como mineradores, após o resgate ninguém sabe para onde ele os mandou... Talvez seja melhor assim"

Ele cerra os punhos com raiva após ouvir seu comentário, mas ele respira fundo e resolve se calar para não brigar justamente com a pessoa necessária para essa missão. Os outros tripulantes naquele bote olham entre si com certo desconforto.

Vocês vão se aproximando cada vez mais da ilha, o céu se tornava quase todo escuro conforme chegavam perto, a luz do sol que ia se pondo era vista apenas pela lateral de vossas visões periféricas que parecia desenhar uma grande linha reta no mar. As luzes da própria ilha iluminam a chegada de vocês, que mantinham o silêncio a todo momento.
Casas, apartamentos e estabelecimentos eram vistos, assim como algumas pessoas andando em algumas vielas. Naturalmente você nota uma certa precariedade na vida daquelas pessoas da região.

Tu tem a opção de continuar de barco pela rede de esgoto ou ir a pé.

"Tem uma construção no meio da ilha, ela é..." O homem para um segundo, olha para Hazel e revê todas as interações que ele teve com a tripulação para com Hazel e bufa antes de continuar "A ilha parece uma rosquinha... Está no centro da rosquinha" Ele olha com certo desconforto após falar isso.

Os tripulantes chegam próximo a um espaço parecido com a subida de uma calçada, que levava a uma escadaria até uma estrada de pavimento comum e continuava após aquela estrada. Lá você poderia desembarcar e seguir o seu próprio caminho.

Conforme você anda subindo a escadaria, passa por várias pessoas, em grande maioria moradores comuns, geralmente homens adultos carregando alguma ferramenta de trabalho, passando tanto pela escadaria quanto pela calçada da estrada. Ao longo do caminho que você está seguindo, pôde encontrar algumas lojas que se situavam ao longo da mesma.

Em uma das terminações da escadaria, para a sua direita, em uma arquitetura que aprecia mais uma esquina composta de lojas comerciais, você encontra algumas mulheres panfletando um serviço de turismo, tal qual seguindo a esquina você vê que a pavimentação mudou, não existia uma estrada ali, sim uma grande calçada que se estende de um canto a outro, seguindo de inúmeras barracas com vários tipos de atrações. Marinheiro se expõem a todo momento naquela rua, consumindo do comércio local.

Para a esquerda havia uma curva íngreme que seguia para algo semelhante a uma área residencial, com luzes mais amenas, pessoas com um semblante mais gentil conversando e crianças brincando.

Seguindo reto na escadaria, você teria a opção de subir até a estrada principal, que ligaria todo o Cinturão de Platina, você vê um grande fluxo de moradores vindo daquela direção indo em direção a base da escadaria.

Você sobe aquela escadaria, passando por todo tipo de pessoa e ao chegar no topo, você vê uma cena que misturava emoções, era bonito ao mesmo tempo que feio. O ar era ainda mais denso, o céu estava ainda mais escuro por estar em contato direto com o centro. Você está numa rua onde ela liga centralmente toda a ilha, assim como por um segundo de curiosidade você olha para trás e você vê que estava em um enorme morro, onde conseguia ver várias e várias ruas, centros residenciais, empresas e entre outras coisas.

O centro daquela ilha tinha o nível do mar extremamente alto, quase como uma enorme lagoa no meio de uma montanha, encarando melhor a situação, você consegue notar que há um desaguamento pelas laterais da ilha que passam por debaixo da estrada, obviamente onde não havia nenhum tipo de escadaria para subir. O lugar onde você está tinha uma visão clara para o centro, mas não muito longe para suas laterais você consegue notar paredões e paredões de construções que serviam quase como um muro de proteção para a construção central.

Do outro lado da estrada, você consegue notar uma descida que levava para a parte interna do centro do cinturão, essa descida ligava até uma ponte que se estendia até a construção central, olhando do topo da estrada onde estava situado pode-se perceber a existência de quatro pontes que era ligada ao centro de pesquisa da "Forja". Na base dessas pontes você consegue ver alguns barcos, tal qual ao longo da ponte dá para notar a existência de alguns postos avançados de marinheiros.

A decisão mais simples é tomada, a decida era íngreme, mas não o suficiente para arriscar seu equilíbrio, enquanto você descia podia notar a presença de um grupo de 4 marinheiros subindo as escadas, um deles chega a te encarar e por provavelmente não estar reconhecendo-lhe acaba achando estranho. Tu nota a expressão dele mudando, ele toca no ombro de um de seus companheiros e aponta em sua direção, talvez questionando se algum deles já viu você antes.

Você ouve sons de pessoas andando nas ruas paralelas a escadaria, onde você teria fácil acesso.

Conforme você continua andando na direção deles, eles mantêm essa postura de observação e quando param um perto do outro, um dos marinheiros te para e questiona "Você não é daqui né?" Os outros quatro também param em volta de você, mas nenhum deles parece ter nenhuma intenção negativa com relação a você, parecia apenas uma dúvida genuína por parte dele.

Eles notam seu nervosismo, dão uma risada e o homem que tava te questionando aponta para uma ruela na sua direita "Calma garoto, eu só ia te recomendar um quiosque de comida do meu cunhado, ele começou tem pouco tempo e tá precisando de novos clientes. Cá pra nós, a comida dele é muito boa" Os outros próximo dele concordam com a cabeça "Fala que o Bucky recomendou que você ganhará um bom desconto!" Ele sorri para você e começa a subir a escadaria.

"Bom trabalho garoto." Continuou andando.

Eles vão embora e você pode seguir o seu caminho, dali para frente era mais tranquilo, apenas uma descida onde conforme você andava o cenário ia se abrindo mais para uma doca interna, onde era possível notar a presença de vários barcos e pequenas canhoneiras. Algumas carregavam caixas  e outras apenas faziam transportes de pessoas. Um detalhe lhe chamava muita atenção, as canhoneiras tinham atrás dela o que parecia ser uma espécie de escapamento saindo pela parte superior traseira dela, soltando uma fumaça esbranquiçada, assim como hélices na parte inferior delas; O casco daquelas canhoneiras tinha uma cobertura de alguma espécie de metal leve, mas que dava um ar mais industrial para tal navegação.

Você consegue notar uma grande presença de pessoas em meio aquela doca, ainda assim, conseguia ver uma escadaria lateral que levava até a ponte.

Pela ponte você vê pessoas andando normalmente, alguns automóveis simples indo em todos os sentidos que a ponte permitia, tendo vindo da cidade quanto voltando do centro de pesquisa. Conforme você anda, nota que os postos avançados de inspeção de militares era focado mais nos automóveis, enquanto cidadões comuns pareciam poder passar com certa tranquilidade.

A ponte levava até a entrada do centro de pesquisa que era guardado por militares, marinheiros; seguido de um sistema de proteção com um muro bem alto, tendo oito torres de vigia ao todo que se conectava ao grande muro. A entrada principal pela ponte era guardada por dois marinheiros.