Laurent: História de Origem - Concluído

O bar estava agitado. As pessoas comemoravam e bebiam o sucesso do último show no vilarejo vizinho. O gerente Pruitt, dono de todo o circo bebia um pouco mais da conta. Laurent que estava mais perto da porta, numa mesa com outro colega de trabalho pensou que aquela noite seria a ideal para por um fim naquela fase da sua vida. O acampamento do circo era perto do bar, e, ele sabia que logo o gerente iria para sua tenda.

O rapaz se levantou e passou pela porta, deixando Oz para trás, ele seguiu caminhando sozinho pela noite e se deparou com o campo e as tendas do circo. Caminhando pelo campo de terra, Laurent sentiu o vento gélido em seu corpo, até parar diante da tenda do gerente Pruitt.

Laurent passa pela porta e fecha ela, se perguntando como deveria se sentir. Ele agora estava diante da rua, imerso em seus próprios pensamentos a medida que o mundo a sua volta continuava. Era mais tarde agora, talvez um pouco mais das treze ou quatorze horas. Ou seja, as ruas estavam menos movimentadas e mais silenciosas.

Após alguns minutos andando, Laurent chegou numa região mais costeira da cidade, perto do porto, mas não exatamente nele. Era um estaleiro abandonado, aquela região era um centro comercial, mas por causa do horário nem todos os estabelecimentos estavam abertos, e, o movimento era baixo. Foi então que Laurent encontrou um rapaz atrás de uma mesa de madeira, em frente a um píer com um navio ancorado. Não parecia um comerciante nem nada, porém, tinha um punhado de papeis na mesa, como se estivesse despachando cargas.

O homem não trajava um uniforme, somente um traje velho, como roupas de marujo porém escurecidas e um tanto quanto surradas. Ele o encarava dos pés a cabeça e com a sobrancelha erguida comentava — Hein, tá querendo o que? Você não me parece um pirat- quero dizer, Marujo — e então, coçou o nariz com o mindinho da mão esquerda.