Laurent: História de Origem - Concluído

O bar estava agitado. As pessoas comemoravam e bebiam o sucesso do último show no vilarejo vizinho. O gerente Pruitt, dono de todo o circo bebia um pouco mais da conta. Laurent que estava mais perto da porta, numa mesa com outro colega de trabalho pensou que aquela noite seria a ideal para por um fim naquela fase da sua vida. O acampamento do circo era perto do bar, e, ele sabia que logo o gerente iria para sua tenda.

O rapaz se levantou e passou pela porta, deixando Oz para trás, ele seguiu caminhando sozinho pela noite e se deparou com o campo e as tendas do circo. Caminhando pelo campo de terra, Laurent sentiu o vento gélido em seu corpo, até parar diante da tenda do gerente Pruitt.

Laurent ouve o "conselho" do velho pirata e dirige-se para o nordeste do porto, adentrando uma rua de paralelepípedos que se eleva até uma região mais alta da cidade. À medida que sobe, a paisagem da cidade passa por transformações bem claras. Inicialmente, a área era dominada por construções comerciais de atividades portuárias, mas à medida que Laurent avança pela rua inclinada, nota uma transição gradativa. As moradias começam a se tornar mais presentes, e logo ele se encontra nas encostas de uma região montanhosa. Repleta de árvores, arbustos, gramados e vegetação. As casas, também maiores e mais espaçosas, se alinham ao longo das ruas que adornam as colinas. O é mais tranquilo, com uma atmosfera residencial que destoa da agitação do porto lá embaixo. Nesse cenário, Laurent se depara com uma pequena tenda, ou melhor, um carrinho de sorvetes, estrategicamente posicionado no meio da tal rua sete.

A rua encontrava-se notavelmente deserta à medida que a tarde avançava. Laurent se aproximou do carrinho de sorvetes, observando atentamente a colorida variedade de opções. No entanto, sua atenção é atraída pelo portão da casa ao lado, que se abre gradualmente. Uma senhora idosa aparece ali, seu rosto iluminado por um sorriso gentil ao avistar Laurent — Oh, sinto muito, mas já estou fechando — Com gentileza, a senhora dirige-se ao carrinho e tenta erguê-lo, suas mãos envolvidas nas alças de madeira, revelando um esforço para encerrar as atividades do dia.

A velhinha, demonstrando felicidade, abre um sorriso ao perceber a oferta de ajuda de Laurent. Feliz, ela celebra a surpreendente ajuda, enquanto Laurent agarra o carrinho de sorvetes e o leva até o terreno. O espaço revela-se grande, algo inesperado para alguém que parecia ser uma simples vendedora de sorvetes. Ao chegarem à porta, ao lado da casa da mulher, ela expressa sua gratidão com uma reverência formal. — Muito obrigado, jovemzinho. Por favor, aceite esses trocados —, ela agradece, movendo suas mãos até a cintura, mas percebendo, em vão, que não está com sua bolsa.

A senhora balança a cabeça negativamente, indicando que não era necessário que Laurent a ajudasse com o carrinho de sorvetes. Em vez disso, ela segue em direção à porta da casa, abrindo-a e convidando Laurent a entrar na morada luxuosa. O interior revela um ambiente refinado, com piso de madeira e paredes adornadas. "De forma alguma, por favor, entre. Minha bolsa está na sala", ela informa com cortesia, sinalizando para que Laurent se sinta à vontade para adentrar. Com um sorriso caloroso, ela aguarda ao lado da entrada, indicando que está pronta para recebê-lo na confortável residência que contrasta com a aparência inicial de uma simples vendedora de sorvetes.

Laurent aceita o convite da senhora e adentra a residência, aproveitando para questioná-la sobre o negócio de vender sorvetes. Ela sorri enquanto se aproximam da sala de estar, onde uma poltrona enorme chama a atenção. Lá, encontra-se um homem idoso, conectado a aparelhos de respiração e recebendo soro em suas veias. "Eu vendo sorvete porque é o que fazia quando era uma mocinha. Meu marido é rico, sabe, mas está muito doente... E como eu estou velha, é como um hobby para mim!" ela responde sorrindo, encontrando sua bolsa numa mesinha de canto e a abrindo gentilmente em busca do dinheiro. A explicação da senhora revela um toque de nostalgia em suas atividades e uma bondade em seu gesto de manter o negócio de sorvetes como um passatempo.

Após contar o dinheiro, Laurent guarda cinco notas de dez mil belly, totalizando cinquenta mil. A senhora sorri ao vê-lo aceitando de bom grado. É então que ele encara o velhinho deitado na poltrona e questiona sobre sua saúde. "Ele tem diabetes e um tumor incurável... Já está praticamente senil, só reclama o dia inteiro", ela responde com tristeza na voz, revelando a difícil situação de saúde do marido. A atmosfera na sala se torna mais pesada ao se deparar com a realidade da condição do homem idoso.

Obtido: 50.000 Belly

A velhinha sorri com as palavras de Laurent e vai atrás de um baralho que ficava na gaveta ao lado da poltrona. "Mas é claro... Charlie adorava jogar baralho quando sabia o que estava fazendo, obrigada, jovemzinho", ela diz, rindo, e se aproxima de Laurent, entregando-lhe as cartas. A sugestão de truques de baralho adiciona uma pitada de leveza ao momento, oferecendo uma pausa agradável na atmosfera mais séria da conversa.

Laurent começa a fazer alguns truques de cartas, despertando um sorriso na senhora e algumas palmas. O velho senil apenas o encara, confuso com tudo aquilo, sem esboçar muitas reações. É então que Laurent questiona o nome da senhora, e ela o responde firmemente: "Sou a senhorita Kate Costello, prazer, jovemzinho..." Ela aguarda a confirmação do nome de Laurent.

O jovem propunha continuar com seus truques de cartas, mas a senhorita Kate negou com a cabeça e um sorriso gentil. "Obrigado por nos fazer companhia, você foi um doce..." e então ela caminhou para perto dele, como se estivesse aguardando para o acompanhar até a porta. "Os famosos Costellos... Sim, mas ainda, humanos e velhos, fufufu... Sabe, há outro motivo para eu vender sorvetes... Há alguns anos meu velho caiu num golpe, um vidente desconhecido havia prometido vender uma pedra rara capaz de secar os tumores, Charlie vendeu quase tudo que tinha para poder comprar a pedra, acontece que ela não funcionava e ele nunca achou o vidente... É uma tristeza." E então, depois de contar a história, ela balançou a cabeça negativamente. "Perdão, enfim, obrigada pela visita, jovenzinho" e então, ela guiaria Laurent até a saída.

Laurent se afastou da residência dos Costello, encaminhando-se em direção ao porto após descobrir que o responsável pela morte de seu pai era apenas um idoso enfermo. Sua jornada chegava a um desfecho, mas uma nova aventura estava prestes a se desdobrar. Direcionando-se ao porto do vilarejo Youpi, Laurent estava pronto para encontrar o capitão pirata que lhe oferecera transporte, marcando o início de sua nova vida como um pirata dos mares. Ele foi levado até porto real, e, ao desembarcar, o capitão pediu para que fosse visitar uma dama chamada Rebecca, no bar do Pérola Negra.

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