Eich: História de Origem

Eich amanhece em seu quarto, vazio, somente preenchido por seu colchão velho. A dispensa estava zerada, sem nenhuma comida restante. A casa, velha, suja e praticamente abandonada exalava um ar de solitude. O silêncio era constante, apesar de que o próprio rapaz já não ouvia mais os sons do mundo. Foi então que a porta se abriu repentinamente, era Hana visitando Eich. Ele gesticulou com as mãos.   Agora, embora, plano, fuga

Hana seguia acompanhando Eich para o camarim, eles começaram a caminhar pelo longo corredor, com paredes velhas e descascando... Foi então que ao passar em frente a um dos quartos, com a porta entre aberta, por onde a luz escapava, Eich percebeu que Hana havia parado, surpreso com o que parecia estar ouvindo.

Eich estava seguindo mais adiante, quando percebeu que seu companheiro havia parado... Aos berros, Eich questiona Hana, que assustado e branco como pó de giz, correu na direção de seu amigo e tapou sua boca, olhando para trás, ele corre pelo corredor puxando Eich para se esconderem na esquina.

Talvez ser surdo tivesse sido um breve livramento, ou quem sabe não. Era o que Hana pensava, seguindo pelo corredor até virarem a esquina, mais uma vez, perto da porta de saída do galpão, e, ao lado do quarto dos rapazes. Sem saber como explicar, Hana cruzou os braços, pensativo. Ele estava claramente nervoso, mas, gesticulando de forma primitiva, e, usando poucas palavras tentou explicar o que havia ouvido O Chefe do Clube estava pagando aquele cara, pelo que fez com você... E eu acho que ele é da marinha

Hana abriu a porta antes da saída, uma porta velha de madeira seca, da cor azul e com o número sete estampado em branco. Era o quarto que Eich estava hospedado para aquela noite. Idiota ele disse, depois se virou, falando outras coisas que Eich acabou não entendendo porque ele estava de costas, entrando no quarto e sentando na cama, de braços cruzados.

Sentado diante de seu companheiro, Hana balançou a cabeça negativamente, antes de gesticular mais um pouco. Você não deve lutar ele alerta, com uma expressão mais séria. Ele então se levanta, vai até a porta e fecha ela, para que sua conversa não fosse escutada por alguém passando pelo corredor

Hana encarou Eich, balançando a cabeça negativamente. Em seguida, tentou explicar a situação, falando devagar para que Eich pudesse compreender. A vantagem era que podiam conversar mais discretamente, sem que ninguém ouvisse. Ele é um marinheiro, vai tentar te derrotar desta vez. O diretor quer você fora daqui... Temos que nos vingar, mas não desse jeito ele disse.

Hana encarava Eich com tristeza, ele sabia que seu amigo era limitado mentalmente, para ele enfiar a porrada no marinheiro era tudo o que importava, por este motivo eles eram amigos. Hana lutou de igual para igual com seu amigo no passado, mas, com os anos foi ultrapassado, o que o levou a desenvolver outras habilidades, afinal Eich era imbatível para ele. Eu não sei, mas a gente pode tentar sei lá, fugir daqui, encontrar alguma coisa para fazer... Você disse que seu pai te abandonou, não? Mas e sua mãe? perguntou o rapaz, cheio de novas esperanças.